COMO ERA CUBA ANTES DO COMUNISMO? Parte I

Como é mais que sabido, a esquerda – a laica e a religiosa – adora elogiar Cuba e suas realizações sociais. É um mito que persiste e que já me fez participar de debates tanto com colegas de universidade quanto com outras pessoas no FB. Decidi aprofundar o assunto. Começo  reproduzindo grande parte de um artigo de Maurício Vilela. Convido amigos e divergentes a participarem do debate. Conhecer melhor a realidade é sempre o objetivo de quem quer melhor entender a história humana. (V.0.)

Por Maurício Vilela

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Maurício Vilela

Publicado Sábado, 27 Agosto 2016

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É fato notório e sabido por todos que frequentaram alguns anos de escola que Cuba era um país pobre, explorado pelos Estados Unidos e com a população miserável, governado por um ditador que não se importava com o sofrimento de seu povo, sendo libertado pela revolução socialista, chefiada pelos irmãos Fidel e Raul Castro, além do argentino Che Guevara. A partir daí, Cuba passou a ter índices invejáveis de alfabetização, saúde e mortalidade infantil. Certo??

ERRADO!!

O que todos nós ouvimos foi uma versão, desonestamente criada, para justificar aos mais jovens e ingênuos, a ditadura que está há mais tempo no poder no mundo.

Antes de falarmos na Cuba da década de 50, pouco antes da revolução socialista, vamos conhecer um pouco dela séculos antes.

Vilela dá, então, interessantes informações sobre o século XIX cubano. Depois continua:

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O primeiro bonde elétrico que circulou na América Latina foi em Havana em 1900. Também em 1900, antes de qualquer outro país na América Latina, foi em Havana que chegou o primeiro automóvel.

A primeira cidade do mundo a ter telefonia com ligação direta (sem necessidade de telefonista) foi em Havana, em 1906. Em 1907, estreou em Havana o primeiro aparelho de Raios-X em toda a América Latina. Em 19 maio de 1913, quem primeiro realizou um voo em toda a América Latina foram os cubanos Agustin Parla e Rosillo Domingo, entre Cuba e Key West, que durou uma hora e quarenta minutos.

(…)

Em 1922, Cuba foi o segundo país no mundo a abrir uma estação de rádio e o primeiro país do mundo a transmitir um concerto de música e apresentar uma notícia pelo rádio. A primeira locutora de rádio do mundo foi uma cubana: Esther Perea de la Torre.

Em 1928, Cuba tinha 61 estações de rádio, 43 delas em Havana, ocupando o quarto lugar no mundo, perdendo apenas para os EUA, Canadá e União Soviética. Cuba foi o primeiro no mundo em número de estações por população e área territorial.

Em 1937, Cuba decretou pela primeira vez na América Latina, a jornada de trabalho de 8 horas, o salário mínimo e a autonomia universitária. Em 1940, Cuba foi o primeiro país da América Latina a ter um presidente da raça negra, eleito por sufrágio universal, por maioria absoluta, quando a maioria da população era branca. Ela se adiantou em 68 anos aos Estados Unidos. Em 1940, Cuba adotou a mais avançada Constituição de todas as Constituições do mundo.

Na América Latina foi o primeiro país a conceder o direito de voto às mulheres, igualdade de direitos entre os sexos e raças, bem como o direito das mulheres trabalharem.

O movimento feminista na América Latina apareceu pela primeira vez no final dos anos 30 em Cuba. Ela se antecipou à Espanha em 36 anos, que só concedeu às mulheres espanholas o direito de voto, o de posse de seus filhos, bem como poder tirar passaporte ou ter o direito de abrir uma conta bancária sem autorização do marido, o que só ocorreu em 1976.

(…)

Em 1954, Cuba tinha uma cabeça de gado por pessoa. O país ocupava a terceira posição na América Latina (depois de Argentina e Uruguai) no consumo de carne per capita. Em 1955, Cuba é o segundo país na América Latina com a menor taxa de mortalidade infantil (33,4 por mil nascimentos).

Em 1958, Cuba era o segundo país do mundo a fazer uma transmissão de televisão a cores. Em 1958, Cuba era o país da América Latina com maior número de automóveis (160.000, um para cada 38 habitantes). Era o que mais possuía eletrodomésticos. O país com o maior número de quilômetros de ferrovias por km2 e o segundo no número total de aparelhos de rádio. Ao longo dos anos cinquenta, Cuba detinha o segundo lugar em internações per capita na América Latina, e o terceiro no mundo, à frente da Itália e mais que o dobro da Espanha.

Em 1958, apesar da sua pequena extensão e possuindo apenas 6,5 milhões de habitantes, Cuba era a 29ª economia do mundo. Em 1959, Havana era a cidade do mundo com o maior número de salas de cinema: 358, batendo Nova York e Paris, que ficaram em segundo lugar e terceiro, respectivamente.

Antes de 1959

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Na verdade, Cuba nunca foi um país miserável. Muito menos quando comparado a outros países latino-americanos. Cuba, antes da revolução socialista, era um país rico e com índices de primeiro mundo. Havia desigualdade social? Claro que havia. Como, aliás, havia em diversos países naquela época, mas mesmo as populações mais pobres tinham acesso a alguns frutos dessa riqueza. Duvida? Então, vamos ver alguns dados, retirados do Anuário Estatístico das Nações Unidas, do Departamento de Estado dos EUA, do Departamento de Assuntos Interamericanos dos EUA, dos arquivos dos Ministérios da Educação e do Trabalho de Cuba, da Organização Internacional do Trabalho e da Organização Internacional da Saúde.

-O índice de mortalidade infantil era o melhor na América Latina – e o 13º mais baixo do mundo. Com 32 mortes a cada 1000 nascimentos em 1957, o índice era melhor do que o da França, Bélgica, Alemanha Ocidental, Japão, Áustria, Itália e Espanha. Mortalidade infantil não afeta somente os ricos, mas a população como um todo.

– A expectativa de vida em 1955 era de 63 anos de idade; no resto da América Latina era 52 anos, na Ásia 43 anos e na África 37 anos. Dá para crer que um país onde “a imensa maioria da população era excluída da riqueza”, como dizem os professores de história, teria uma expectativa de vida tão alta?

-Em termos de médicos e dentistas per capita, Cuba em 1953 estava em terceiro na América Latina, somente atrás de Uruguai e Argentina. 128 médicos e dentistas para cada 100.000 habitantes era um número igual ao dos Países Baixos, maior do que o dos Estados Unidos, Reino Unido (122 médicos e dentistas para cada 100.000 habitantes) e Finlândia. Você já deve ter ouvido falar de como a Cuba de Fidel Castro tem muitos médicos, não é? Só manteve algo que já existia. O mesmo não podemos falar da qualidade.

-O índice de mortalidade era de 5,8 a cada 1.000 habitantes – o terceiro menor do mundo, enquanto nos Estados Unidos era 9,5 e no Canadá 7,6.

-Em 1958, Cuba possuía 35 mil leitos de hospital, ou seja, um leito para cada 190 habitantes, um número maior do que o dos países desenvolvidos na época (1 para cada 200 habitantes). Em 1960, os EUA tinham um leito hospitalar para cada 109 habitantes.

-Cuba tinha um sistema educacional excelente e um impressionante índice de alfabetização nos anos 1950-1953. 76% da população era alfabetizada, e o país só perdia para a Argentina (87%), Chile (81%) e Costa Rica (79%) na América Latina. Em termos comparativos, o Brasil tinha uma taxa de alfabetização de apenas 49% na época.

-Cuba possuía três universidades estatais e outras três privadas. Haviam 20.000 estudantes nas estatais. Então, é um mito a estória de que o socialismo permitiu que os cubanos frequentassem as faculdades.

-Existiam 900 escolas privadas reconhecidas oficialmente, e o número total de estudantes (incluindo as três faculdades) era de 100.000.

-O sistema público de escolas empregava 25.000 professores, e o sistema privado, 3.500.

-Na metade da década de 1950, haviam 1.206 escolas rurais, assim como um sistema de biblioteca móvel com um total de 179.738 livros.

-Cuba tinha 114 instituições de ensino superior em 1958: institutos técnicos, politécnicos e escolas profissionalizantes, financiadas pelo governo. Só neste ano elas formaram 38.428 alunos, e o índice de analfabetismo era agora de 18%.

-Era o governo que mais investia em educação na América Latina, com 23% do orçamento dispensado a ela. Logo depois vinham Costa Rica (20%), Guatemala e Chile (16%). Que governo era esse? O do ditador Fulgêncio Batista, que é sempre citado como alguém que só cuidava dos interesses dos Estados Unidos.

– Em 1958, a renda per capita média de um cubano era o equivalente a 11.300 dólares anuais, em valores atualizados. Para efeito de comparação, a renda média de um britânico na mesma época equivaleria a 11.800 dólares atuais.

Continua Parte II

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