UMA ESCOLHA MUITO FÁCIL

A eleição presidencial de 2022 *

Ubiratan Jorge Iório

A poucos dias das eleições mais importantes da nossa história, quero afirmar com convicção que jamais foi tão fácil escolher. A opção não é entre Jair e Luís: é entre a liberdade e a tutela, a prosperidade e a estagnação, o moderno e o ultrapassado, a honestidade e a delinquência, a soberania e a “nova ordem mundial”, os valores morais e a desordem.

Por que essas eleições são tão importantes assim?  É preciso observar que isso não decorre somente da alardeada “polarização” da sociedade. Esse, aliás, é um fato que, não obstante ser tratado na velha imprensa como algo indesejável, na realidade nada mais é do que a expressão salutar de uma abertura de ideias. A verdade é que, durante muitos anos e até há pouco tempo, o Brasil foi território quase exclusivo de visões de mundo da esquerda, com matizes um tanto diferenciados, mas todas colocando o Estado como um pai cioso de sua missão de cuidar dos filhos, escolhendo o que acha ser melhor para os cidadãos, estabelecendo o que todos podem e o que não podem fazer e guiando suas vidas e seus rumos.

Porém, para felicidade geral e bem-estar da Nação, nos últimos dez anos, graças em boa parte à internet, isso foi mudando e foram surgindo economistas e outros profissionais liberais sem medo de serem assim chamados, bem como direitistas sem receio de serem identificados como tal e conservadores com a fortaleza necessária para defender valores morais imutáveis, mas que eram negados e ridicularizados em novelas, filmes e universidades. Quebrado o seu monopólio do pensamento, a reação da esquerda, então, foi a de demonizar a “polarização” da sociedade, responsabilizando-a como propagadora de ódio e divisões. A esquerda, cuja essência sempre foi jogar uns contra outros, só é democrática da boca para fora, porque não admite discordâncias. Sim, as coisas mudaram e Bolsonaro foi e é o catalisador da transformação.

Posto esse processo de acirramento de divergências, para entender mais amplamente o tamanho da responsabilidade que pesa sobre os eleitores nestes dias, é necessário pôr em pratos limpos tudo o que está em jogo e para isso temos que pesar e sopesar os vários e complicados elementos – internos e externos – que estão influenciando o nosso processo eleitoral.

Presidente Jair Bolsonaro

Os fatores internos que levam à escolha de Bolsonaro são por demais conhecidos e por isso vou enfatizar aqui apenas os elementos externos. É bastante claro que há atualmente no mundo três grandes forças com enormes interesses no resultado que sairá das urnas em 2 de outubro.

A primeira é o globalismo, resumido nas proposições da Nova Ordem Mundial (NOM), liderada por megafinancistas como Soros, as famílias Rothschild e Rockefeller, o Banco Morgan, os bilionários da high tech, entidades como o Forum Mundial de Davos (um circo de ricos comandados pelo lunático Klaus Schwab), a ONU e outros organismos internacionais. Esse grupo poderosíssimo tem interesse na vitória de Lula, mesmo sabendo de seu prontuário policial imundo, mas é óbvio que não é por Lula, mas por causa de seu companheiro de chapa, Geraldo Alckmin, que representa a chamada terceira via, por quem nutrem preferência, já que um eventual governo social democrata, em que – para surpresa dos distraídos – estão apostando, lhes permitirá continuar a ditar os rumos do mundo sem os arroubos mofados do lulopetismo e dos demais aparvalhados por décadas de lavagem cerebral e livres dos conservadores e liberais defensores dos costumes e do livre mercado.

A segunda força externa é o Partido Comunista Chinês (PCC), que, obviamente, também apoia a campanha de Lula e da esquerda raivosa. Seria possível cogitar de uma união dos globalistas com o PCC, mas trata-se de uma combinação bastante instável, devido às muitas desconfianças existentes de lado a lado, que também prevalecem internamente, na aliança entre o petista e o ex-tucano. Não há dúvida de que, caso a chapa saia vitoriosa, em alguns dias, traidores de ambos os lados – e não serão não poucos – já estarão mostrando os seus dentes, motivados pelas divergências internas ou pelas existentes entre as duas forças mundiais, especialmente as associadas à complexidade da China. Na verdade, não existe uma China, mas pelo menos duas: a dos BRICS, com Chi Jinping à frente, e a do PCC, em permanente disputa pelo poder que, como se sabe, é centralizado, como em qualquer regime comunista. Isso significa que, em termos de China, o grupo que apoia Lula não é o mesmo que apoia Alckmin. As lâminas das tesouras lá de fora são diferentes das tupiniquins.

E a terceira força externa importante é a dos soberanistas, formada por altas patentes das Forças Armadas dos Estados Unidos e de alguns estados da Europa, pelos republicanos liderados por Trump e por poucos governos de direita de países europeus. Este terceiro grupo também tem interesse no fortalecimento dos BRICS e apoia Bolsonaro. O discurso que o presidente brasileiro fez na ONU há poucos dias foi mais uma confirmação de que o Brasil se alinha a essa força. E a vitória de Giorgia Meloni e do centro-direita na Itália, sem sombra de dúvida, contribuirá para fortalecer a corrente soberanista.

Ora, que a reeleição de Bolsonaro obviamente fortalecerá a posição dos soberanistas e enfraquecerá o totalitarismo da NOM e os globalistas, que, por sinal, já vêm enfrentando problemas com as sanções  impostas à Rússia, que provocaram reações que ameaçam o abastecimento da Europa e fortaleceram a possibilidade de emergência de um novo ordenamento financeiro comandado pelos BRICS, que, como se sabe, incluem o Brasil.

Acrescente-se que o crescimento estrutural da economia brasileira com baixa inflação, estimulado pelas políticas econômicas corretas da equipe econômica do ministro Paulo Guedes, tenderá, por si só, a fortalecer o Real. Se Bolsonaro vencer, teremos que olhar para a possibilidade de sermos protagonistas na formação de um novo desenho financeiro no mundo. Nesse contexto, commodities como petróleo, fertilizantes, soja, minério de ferro, carne, milho, etc., bem como processadores de computadores e semicondutores, seriam comercializados em moedas dos BRICS, a saber, o yuan chinês, o rublo russo, a rúpia indiana e o rand sul-africano, além do próprio Real, o que tenderá a valorizá-las.

Mas não é só isso. Hoje, o Brasil supre alimentos para cerca de um quinto do mundo, é um país abundante em recursos naturais e sabemos que o poder mundial não é mais uma questão apenas de ter ou não mais armamentos, mas também de deter matérias primas.

Por tudo isso – fora outros fatores que a limitação de espaço impõe -, entende-se o desespero dos globalistas. Apavorados com a possibilidade de que o Brasil passe a ser efetivamente um líder mundial importante, empenham seus imensos recursos na campanha do principal inimigo de Bolsonaro nas eleições, bancando coisas do arco da velha, desde que possam impedir a reeleição do Presidente: ataques e mentiras de todos os tipos, manipulação de pesquisas de intenções de votos, dinheiro para o consórcio da velha imprensa e para qualquer um disposto a desempenhar o papel de pica-pau da arca de Noé. Não é para estranhar que banqueiros e empresários brasileiros estejam tentando furar a barca com seus bicos de ouro. São globalistas.

Amigos, nunca foi tão fácil escolher. É Bolsonaro na cabeça e, no restante, muita coerência nas escolhas de governadores, senadores e deputados, tendo em vista o novo Brasil que vem se mostrando desde 2019 e que todos os cidadãos de bem desejam ver forte.

Notas:

  1.  * O subtítulo é do Olivereduc.com
  2. As opiniões do artigo não refletem, necessariamente, o pensamento de nosso site.

Fonte: Instagram: @ubiratanjorgeiorio

Twitter: @biraiorio

Ubiratan Jorge Iorio  é  doutor em economia, professor adjunto do Departamento de Análise Econômica da uERJ. Lecionou em cursos de MBA da FGV-RJ e da PUC-RJ. Trabalhou também na Faculdade de Economia e Finanças do IBMEC RJ. Em São Paulo participou da direção do Instituto Mises do Brasil. Tem vários livros publicados entre eles “Ação, Tempo e Conhecimento: a Escola Austríaca de Economia, (Instituto Ludwig von Mises Brasil, São Paulo, 2011).

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