🎵 A Melodia da Vida: 12 Notas, 12 Filhos 🎵

No filme Nasce uma estrela, de 2018, uma fala, aparentemente simples, mas de uma grande profundidade, me levou a escrever esse texto que há tempos queria respirar:

“Música é essencialmente 12 notas entre qualquer oitava – 12 notas e a repetição da oitava. É a mesma história contada repetidamente, para sempre. Tudo o que qualquer artista pode oferecer a esse mundo é como eles veem essas 12 notas.”

A beleza de se ter 12 filhos é como uma composição musical que se desdobra a cada dia, uma canção de alegria que nunca termina. São como as 12 notas que formam todas as músicas, cada filho contribuindo com seu tom único para nossa harmonia familiar.

Alguns podem se perguntar: 12 não é demais? Depende. 12 pode ser pouco quando pensamos em apóstolos. Pode ser muito quando pensamos em obstáculos. Pode ser demais quando pensamos com o umbigo e pode ser único quando pensamos com o coração.

Há famílias, como a minha, em que somos 7. Lembro de brincar com a minha mãe, ao chegar o último filho, que finalmente poderíamos homenagear a grande autora Maria José Dupré e dizer: Éramos seis! Há famílias que tem um, dois, três, quatro, doze, quatorze ou nenhum filho, como a minha hoje. Há famílias que perderam seus bebês no ventre materno, outras que Deus pediu para si um ou mais filhos, algumas vezes todos eles. Todas são famílias e em todas sabemos e compreendemos que filhos são uma benção de Deus, como diz o salmo 127:4.

O Papa São João Paulo II nos ensinou sobre a alegria de abrir nossos corações para os filhos e a vê-los como um dom inestimável. Cada família cristã, com poucos, muitos ou nenhum filho em seu lar faz parte do que ele chamava de família humana, da qual todos nós fazemos parte. Formar uma família é ouvir essa vocação de vida, que pode ou não ser abençoada com filhos. Para casos como o meu, me alegra imensamente ver famílias crescendo e poder, de alguma forma, auxiliar esses pais na sua missão tão elevada de educar cada filho na fé e no amor.

Há aqueles que não apoiam, que politizam, que se contorcem ao ver mulheres e homens felizes com seus matrimônios, que se sentem no direito de ofender e julgar pessoas que não conhecem, que criticam com conhecimentos tão rasos quanto sua empatia, que são meros lobos a oferecer às cegonhas que se alimentem dos pequenos vasilhames que saciam sua pequenez. Por essas pessoas, devemos rezar e oferecer nossos sacrifícios e mortificações, pois pouco sabem sobre o que é amar.

Todo católico praticante sabe que estar aberto à vida implica em ter responsabilidade para com seus filhos. Não apenas financeiramente, mas de forma moral e ativa, ou seja, devemos ter tempo, dedicação e amor para com cada filho, oferecendo, tal qual aquela linda imagem do pelicano que abre seu peito para oferecer-se aos filhotes, o que temos de mais precioso. Deus sabe que nós sete tivemos a graça de ter pais dedicados que se esforçaram e muito para nos criar, assim como pessoas ímpares que de alguma forma ajudaram em nossa formação e crescimento.

Como as notas musicais se misturam em harmonia, nossos filhos e nossas famílias se unem em amor. Cada sorriso, cada abraço e cada desafio moldam nossa canção de vida. A maternidade e a paternidade são nossa sinfonia, cada qual com os instrumentos que Deus lhes concedeu, em uma dádiva divina que nunca cessa de nos inspirar.

Não sabemos quantas notas Deus vai lhe conceder, mas sabemos que você faz parte dessa sinfonia.

Paulo Henrique de Oliveira é professor de História, autor de livros infantis, coautor do livro Os Mártires de Hoje e formador de professores. Instagram do professor Paulo https://www.instagram.com/prof.paulohenriquedeoliveira/