FRACASSOS E DESILUSÕES DE JOVENS


A necessidade de critérios e virtudes

Alfonso Aguiló

14/09/2009

  Quem quer que se dedique à educação de crianças e jovens já sentiu grandes desilusões. Desilusões que nos fazem pensar.

       Com efeito, vemos meninos e meninas de doze ou treze anos que são encantadores, excelentes estudantes, e que prometem uma trajetória brilhante. Mas, passados os anos, suas vidas terminam em desastres.

        Temos também o contrário. Jovens um tanto apagados, mesmo problemáticos, que acabam por ser pessoas sensacionais. Ficamos surpresos com a mudança de papéis.

    Podemos concluir desses casos que não é tão importante se educar bem crianças e adolescentes? Evidentemente não.

        O que é preciso entender é que a educação não é tudo, que não é um seguro contra todo risco. Sobretudo porque temos que levar em conta a liberdade. A boa educação é simplesmente encaminhar bem os filhos, o que não é pouco.

        É certo dizer que a maioria dos jovens costuma seguir a linha dos primeiros anos. Mas é verdade também que são muitos os que logo a abandonam. E se analisarmos as razões dos fracassos desses jovens que tanto prometiam, é muito provável que encontraremos uma deficiente educação na liberdade. Faltou algo muito importante na educação que foi dada. A ponto de questionarmos se houve verdadeira educação.

        Com efeito, não se trata de formar meninos e meninas submissos e dóceis, que dependem em tudo de seus pais, que carecem de juízo próprio e que se limitam a executar o que se lhes diz. É preciso formar pessoas de critério.

       Para desenvolver a sensatez e o bom critério de um jovem é preciso ensiná-los a raciocinar de modo adequado, e, junto a isso, mostrar-lhes que é necessário que cresçam nas virtudes básicas: sinceridade, fortaleza, generosidade, laboriosidade, retidão, valentia, humildade.

E por que relacionar tanto a virtude com a sensatez?

Porque quando falta a virtude a razão facilmente se extravia.

Com efeito, quando falta virtude, a razão se vê pressionada pelos atrativos do vício correspondente. Com isso é mais fácil que a alma se dobre e ceda aos apelos da paixão.

Talvez por isso Aristóteles insistisse tanto em que o homem virtuoso é a regra e a medida de todas as coisas humanas.

Texto original em espanhol. Tradução – com pequenas alterações – por Valter de Oliveira. Extraído do site www.fluvium.org.

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