FORREST GUMP – O CONTADOR DE HISTÓRIAS

Esse texto contém spoilers, caso não tenha assistido ao filme.

Sonia Rosalia R. de Oliveira

As férias são sempre um bom momento para fazermos o que não conseguimos fazer no dia a dia. Uma dessas coisas que eu amo muito é assistir aos filmes e séries que vão ficando no esquecimento ou na gavetinha do “mais pra frente eu preciso assistir de novo”.

Hoje revi um filme que gosto bastante: Forrest Gump – O Contador de Histórias. Trabalho brilhante de Tom Hanks, Robin Wright, Gary Sinise, Sally Field e outros atores incríveis.

Eu costumo dizer que cada vez que relemos um livro, uma poesia ou assistimos a um filme nossa visão é diferente, pois estaremos em outro momento, com outros pensamentos, outros aprendizados, enfim, foi o que aconteceu hoje. Algumas falas do nosso querido Forrest pularam no meu coração. Alguns sentimentos de nossa pobre Jenny doeram mais fundo. Alguns olhares e atitudes do polêmico tenente Dan me fizeram chorar. 

E a mãe de Forrest? “Ela fala de um jeito que eu consigo entender”, diz  Forrest para explicar como sua mãe conversava com ele e lhe ensinava as coisas mais básicas e simples da vida. Quem nos dera, mães, falar sempre de um jeito que nossos filhos pudessem nos entender? Quanta sabedoria e sensibilidade são necessárias para que deixemos de lado um grande discurso e digamos apenas: “A vida é como uma caixa de chocolates. Você nunca sabe o que vai encontrar”. Ou ainda: “Estúpido é quem faz coisas estúpidas.”, num momento em que Forrest percebe que os outros não o acham inteligente e riem dele. Forrest então, na maior simplicidade do mundo, mas, com muita consciência de que tem algo diferente dos outros, questiona-se sobre isso. A mãe, com todo carinho e firmeza deixa muito claro que as atitudes de uma pessoa podem fazer com que ela pareça um ser estúpido. Ou seja, podemos ter momentos de estupidez ou insensatez, mas esses momentos não nos definem como pessoas. Somos muito mais que alguns adjetivos dados por alguém em seus instantes de irritabilidade ou incompreensão. Mas, essa explicação não precisa ser dada a ele. Basta-lhe a frase “Estúpido é quem faz coisas estúpidas”. E tudo está perfeitamente resolvido e explicado.

Agora, a cereja do bolo dessa mãe é: “O meu destino era ser sua mãe.” Que coisa mais linda um filho poderia ouvir daquela que nasceu para amá-lo? Forrest, então, pergunta a ela: “Qual é o meu destino?” E ela, novamente dá um show: “Você terá que descobrir isso sozinho”. Claro!!! Cada um de nós foi pensado e desejado por Deus desde toda a eternidade. Quem pode descobrir para que Deus pensou em você, a não ser você mesmo? É uma aula atrás de outra aula. Tudo com carinho e muitas vezes, firmeza necessária para ajudá-lo a seguir seu caminho sozinho. De forma independente. 

Alguém poderia dizer que essa mãe teve uma atitude errada no início do filme. Verdade. Concordo plenamente. Eu jamais faria o que ela fez, mas quem nunca errou que atire a primeira pedra. Eu continuo achando que, em sua totatilidade, foi uma mãe exemplar e que soube ensinar o que é amor de verdade.

Vamos falar um pouquinho de Forrest? Nas idas e vindas de sua vida, ele conhece Bubba no Vietnã. Companheiro de guerra que, nas horas vagas, o convence de que pescar camarões é a melhor coisa que podem fazer ao voltar para casa. Bubba morre, mas Forrest está determinado a levar adiante o sonho do amigo. Consegue levar consigo o amargurado tenente Dan. Acontecem várias coisas, eles ficam milionários e Forrest deixa claro para o tenente que precisa mandar a parte de Bubba para a mãe dele, afinal o Bubba Gump só existe por causa desse amigo de momentos difíceis. O tenente não concorda, mas aceita pacientemente e mandam uma bela quantia para a família pobre e trabalhadora de Bubba.  Aqui vem a reflexão: o que fazemos quando ninguém nos cobra, quando ninguém está vendo ou quando o outro nem sabe que tem direito a algo que também nos pertence? Enfim, o que eu faço quando só Deus e eu sabemos a verdade, o justo e o correto? Que lição nos fica…

Tenente Dan é um ser a parte neste filme. Passa por todas as emoções que um ser humano pode passar: coragem, medo, alegria, tristeza, raiva, ódio, desejo de morrer, amizade, companheirismo, gratidão, felicidade, fazer as pazes com Deus. Nós somos tenente Dan algumas vezes também e o importante é saber que a felicidade real só acontecerá quando fizermos as pazes com Deus. Aí tudo flui e brilha como pôr de sol em mar calmo e tranquilo. Quanto ensinamento, quando depois de tanta dor, raiva e gritos, o tenente Dan pula no mar e faz seu nado de costas como se o mar fosse apenas dele e de Deus e ambos podem, agora, desfrutar disso da melhor maneira possível.

Jenny, a sofrida Jenny é também a pessoa mais amada por Forrest. Ela passa e gasta sua vida fugindo do amor verdadeiro para sofrer de todas as formas que alguém pode sofrer. O interessante é que ela sabe onde está a pessoa que a ama realmente. Ela apenas decide que “quer ser livre” e é nessa “liberdade” que Jenny torna-se escrava de pessoas e vícios da pior espécie. Mas, o amor verdadeiro sempre te espera, sempre te acolhe quando você vem aos cacos como o filho pródigo ao buscar a casa de seu pai. Jenny é cuidada, amada e bem tratada como nunca havia sido em toda sua triste vida. Jenny aprende com as coisas mais simples da vida como receber flores, um passeio pelo jardim ou um café fresquinho com torrada que ser amada é muito bom e ser grata é uma dádiva do tamanho do céu, como diria minha filha.

Em nenhum momento Forrest joga na cara dela todas as “burradas” que ela fez na vida. Não. Ele a trata com respeito e carinho. Faz com que ela se sinta especial e muito querida. As atitudes dela não regem as atitudes dele. Não é um caso de ação e reação. Forrest ama, porque ama. É o amor mais puro, porque não espera nada em troca. Faz o bem, porque é o certo, porque é o que deve fazer.

Ainda poderia comentar muitas coisas, mas acho que já é suficiente. Assim, não fica cansativo. Se te deixei com vontade de assistir ao filme novamente, assista e tire suas próprias conclusões. Serão duas horas bem vividas e aproveitadas, com certeza. 

Fonte: https://soniarosaliar.blogspot.com/2025/07/forrest-gump-o-contador-de-historias.html

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