A TRAGÉDIA DO MUSEU NACIONAL


 Valter de Oliveira

 

Domingo, 2 de setembro de 2018. Às 19h30 teve início um incêndio que, em seis horas, destruiu o prédio e o acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Uma tragédia simbólica. Um acervo histórico e científico consumido em plena semana da Pátria.

Foi noticiado por uma emissora de TV que uma reforma completa do velho palácio seria feita com cem milhões de reais. Cem milhões? Isso mesmo!

Não havia. Nem no governo Lula, nem no governo Dilma. Temer foi tão omisso e lento quanto seus antigos aliados.

Houve dinheiro para construirmos 12 estádios de futebol. Mais do que a Fifa pedia…

Na época houve grandes demonstrações contrárias ao desperdício. Brasileiros de TODAS as tendências políticas protestaram fortemente. Estão lembrados?

Acontece que nossa oligarquia, do PP ao PCdoB vive de discursos e não de realizações. Adoram palavras ao vento.

Depois reclamam que o povo anda indignado e que demoniza a política.

Não senhores, o que temos não é política. Não é nem mesmo simulacro dela. É deboche. Deboche dos três poderes que estão há anos-luz dos legítimos anseios da sociedade.

Política que se perpetua através de um sistema esclerosado. Sistema que dificilmente permite a renovação.

O que precisaremos fazer para que haja uma mudança substancial?

Não sei. Só o que sei é que nossa inconformidade e nossa indignação precisam aumentar ainda mais. Usemos todas as armas democráticas que nos restam para, com veracidade, ética e coragem deixar isso bem claro para todos os que nos oprimem.

Que Deus nos dê forças para não esmorecermos. Peçamos fortaleza e sagacidade para lutarmos em defesa do bem comum e dos verdadeiros valores de nossa civilização.

Se há algo que os oligarcas não querem é a união combativa das pessoas de bem.  Interessa a eles que nos dividamos, que nos odiemos, que bobamente nos deixemos enredar em suas redes de manipulação. Cabe a nós, irmanados, enfrentar essa oligarquia repugnante que não só está destruindo nossos símbolos, mas, também tudo o que há de nobre na alma do povo brasileiro.

“(…) Um povo sem História, ou ignorante de sua História, é a mesma coisa que um homem sem memória – condenado para sempre a fazer as mesmas descobertas, já conhecidas no passado, a inventar as mesmas técnicas, a lutar com os mesmos problemas, a cometer os mesmos erros; condenado, também, a privar-se dos prazeres da reminiscência. Na verdade, é tão difícil imaginar a História sem a civilização quanto a civilização sem a História”. (…)

(COMMAGER, Henry Steele. Iniciação ao Estudo da História, Rio de Janeiro, Zahar, 1967, p.12).

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